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Lula chega ao Chile em visita oficial

Amanhã tratarão com o presidente Gabriel Boric o tema da Venezuela.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje ao Chile para uma visita de Estado que prevê a assinatura de 17 acordos bilaterais. Espera-se diversificar as alianças entre os dois países além da agenda comercial e ampliar a gama de produtos brasileiros exportados.

Além de ministros, assessores e outros membros do governo federal, cerca de 200 empresários brasileiros também estarão em Santiago para participar do Fórum Empresarial Chile-Brasil, que ocorre em paralelo à agenda presidencial.

Além da estratégica agenda bilateral, é provável que os desacordos entre os dois presidentes sobre a situação na Venezuela após as eleições sejam abordados durante a visita de Lula.

Brasil, Colômbia e México pediram a publicação das atas, mas mostraram cautela ao fazer declarações públicas, enquanto Boric tem sido um dos líderes regionais mais enfáticos, chegando a afirmar após a noite eleitoral que a vitória de Nicolás Maduro «é difícil de acreditar».

Além disso, o Chile, assim como outros seis países da região, foi afetado pela decisão de Caracas de expulsar seu pessoal diplomático, acusando-os de não reconhecer a vitória de Maduro nas presidenciais. O presidente chileno criticou os «argumentos inverossímeis» dessa ordem: «Não fizemos mais do que sustentar o que acreditamos ser correto: que os resultados da eleição sejam transparentes e verificáveis», sentenciou.

A embaixadora Gisela Padovan, secretária para a América Latina e o Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), afirmou que a visita de Lula é um símbolo da aproximação diplomática entre os dois países após a posse de Gabriel Boric em março de 2022.

«Buscamos ampliar essa agenda bilateral para trabalhar em uma amizade que vá além dos temas econômicos e comerciais: em temas como ciência e tecnologia, defesa da democracia e dos direitos humanos, educação, inovação e saúde. Temos uma agenda muito densa que abrange muitos aspectos», disse Padovan durante uma reunião informativa organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil para detalhar a viagem.

Segundo a secretária, o Brasil tem interesse em discutir com os chilenos questões relacionadas à indústria de defesa, e nessa área, os países já têm uma associação histórica na fabricação de aeronaves, e a expansão dos produtos agrícolas exportados para o Chile. Por sua vez, o Chile está interessado em discutir aspectos relacionados à segurança, combate ao crime, riscos de desastres naturais e cibersegurança.

«Queremos trabalhar para que a região não seja simplesmente exportadora de commodities, mas que possa se beneficiar e gerar empregos de qualidade», disse. Ela também destacou a coincidência de posições de Lula e Boric em vários temas da agenda global, como democracia, integração regional, meio ambiente, direitos humanos, inclusão social e a situação da Palestina. «São temas da agenda internacional em que há uma convergência de visões, por isso o diálogo político também será muito importante», afirmou.

A relação

Brasil e Chile mantêm relações há 188 anos, com mais de 90 acordos bilaterais em vigor. O Brasil é o terceiro parceiro comercial do Chile e o maior destino dos investimentos chilenos no mundo, com exemplos nas áreas de celulose, comércio varejista e energia; a companhia aérea Latam é a maior empresa chilena presente em solo brasileiro.

Por outro lado, o Chile é o sexto destino das exportações do Brasil, que é o maior investidor latino-americano no país. O comércio entre os dois países chega a US$ 12 bilhões por ano.

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